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26 de junho de 2012

Um dia de 24horas

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Comigo é assim. Experimenta passar as próximas 24 horas ao meu lado. Tem vezes que nem eu mesma me suporto – vontade de me trancar no carro e me esquecer. Enquanto eu tomo meu café preto matinal, acompanhada de um bom cigarro, limpo a cozinha e recolho o cocô da Betina. Quando entro no carro, começo a pensar na pauta que me espera no trabalho – de esporte a shows, de literatura a fóruns. Secar o cabelo é tarefa realizada com sucesso, apenas com um dos dedos – enquanto os outros estão escovando os dentes e passando fio dental. Tudo junto e mega misturado. A única pausa da manhã é o momento em que sento comigo mesma na cama e penso por alguns minutos o que vestir. Já passei 1 hora sentada somente pensando na roupa. 

Faço a lista do zaffari mentalmente, ligo para minha mãe no meio do caminho, saco dinheiro para a faxineira, mando o boy entregar – sempre esqueço de pagar no dia. Enquanto assisto a novela, leio meus e-mails, atualizo meu facebook, escrevo no twitter, comento sobre a novela e olho o instagran. Faço carinho na Betina, arrumo o sofá, penso nas contas para pagar, entro no aplicativo, adianto os pagamentos. Enquanto preparo o jantar, lavo 6kg de roupa. Lembro que preciso marcar médico e que já posso doar sangue, pego o telefone marco horário na manicure. 

Enquanto ando pela rua a caminho do posto para comprar cigarro, lembro que não tirei as medidas do quarto e que preciso sair para procurar um tapete novo para sala. Enquanto volto do posto, paro na banca de revista e compro a Minha Casa do mês, lembro que o maridão está precisando de roupas novas e que enjoei de todas as minhas. Hora de ganhar mais dinheiro e ter um dia de rainha no shopping. 

Arrumo as malas para Paris, alias elas estão sempre prontas. Ligo para o Ricardão para ele descer e estacionar o carro. Enquanto espero ele, penso na crise econômica e no aumento do dólar – é tempo de renovar os perfumes importados e Victoria's Secret. Sento do computador, ligo a estufa, puxo o cobertor, acendo mais um cigarro, olho todos os meus blogs favotitos, dou um beijo no marido. Tiro o sapato apertado saco o pijama do armário e me jogo no sofá – meu mundo particular e adorável. Estendo a roupa que está na máquina, passo um pano na cozinha, acendo um insenso e converso com a porta. Leio o meu quadro negro, tomo chimarrão e faço um bolo. Chamo as amigas do whats app e coloco a conversa em dia, posto uma foto e falo no celular. O marido chama.

Escuto os vizinhos brigarem enquanto o outro escuta a todo volume Legião Urbana. A juventude nunca vai embora. Me atiro na cama, não deixo o Ricardo dormir, faço cosquinhas e jogo a Betina em cima dele. Segundo a minha lei doméstica eu durmo primeiro, nunca antes. Arrumo os cabelos no travesseiro, pego a Betina coloco embaixo da cobertas para esquentar os pés. Enquanto confiro o despertador, lembro que não fechei a porta de casa, lixo as unhas. Lembro que deixei no casaco uma moeda de 1 real e preciso dela para o expresso de amanhã... 

Falando em amanhã! Amanhã começa tudo de novo.
Cansou?! Eu não. Sei que estou vivendo a minha vida.
Tri, trii... 6h30 toca o despertador!
Bom dia!