21 de dezembro de 2009
Triangulo amoroso
A relação de mãe e filha sempre foi banalizada e rodeada de pudores. Não se pode falar sobre certo assuntos como sexo, drogas, homossexualidade – se o homossexual for a gente, brigas, anabolizantes, e por aí vai.
Com as mães só conversas banais, cotidianas.
Como se as mães, e só por terem este título de mãe, não fizessem sexo ou até mesmo fossem uma gata selvagem na cama, ou experimentado drogas na adolescência ou ainda como se elas não falassem palavrão.
Mãe é gente e não um ser iluminado e virgem que colocaram na nossa vida.
Mãe tem desejos, sabe beijar na boca, na juventude com certeza fez muitas coisas que não deve se orgulhar – algumas seguem fazendo até os 90 anos. Mãe sabe mentir, já mentiu e vai mentir ainda.
Ela é igualzinha a nós, filhos.
Mãe deveria saber da vida do filho, em detalhes. Ser amiga, confidente, professora de matemática, português, ciências biológicas e físicas. Não é verdade?
Sorte a minha. A minha é assim, assim.
Azar daqueles que ainda vivem como na idade da pedra.
Mãe, não sou mais virgem!
Espanto e alegria. Esta foi a reação quando anunciei para ela que tinha perdido o hímen e não era mais virgem. Conversamos detalhadamente durante horas.
Doeu, sangrou, não gozei, ele gozou –pensou que eu também;, gemi como nos filmes.
É estranho, mas é bom.
Nossa relação sempre foi assim, bem assim. Movida pela paixão.
Ela não deixava por menos. Mesmo rechonchuda, feito aquelas telas de mil e cem anos atrás de pintores consagrados, sempre chegava com histórias apimentadas e chocantes para me contar e me ensinar um pouco mais desta arte do prazer.
Nosso melhor horário era a madrugada, entre um café preto e outro. Eu contava minha histórias de recém amante e ela com as suas mais proibidas para menores.
Sexo sempre foi um dos nossos assuntos favoritos. Sempre. Quando eu saia, minha mãe sempre me esperava acordada, não pela preocupação, mas para saber os detalhes da minha noite.
Nossa via é cheia de detalhes. Detalhes sórdidos de uma da outra. Detalhes que fazem toda a diferença na nossa vida de amantes. Loucas e taradas por homens, assim somos nós.
Minha melhor escola foi ela. A mãe.
Aprendi a como não machucar os joelhos no tapete. A fazer caras e bocas na cama.
Se sou bem sucedida entre quatro, duas, uma e nenhuma parede é porque soube usar minha mãe para tudo, não apenas para cozinhar e me cobrir nos dias de frio.
Com ela descobri que além das aparências físicas também puxamos de nossas mães a tara sexual.
1 comentários:
Me mantenho no direito de ater-me sobre comentar...
... e ADOREI a imagem...
Beijo.
Osvaldo Pereira Neto
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